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Foto do escritorAbaré Jornalismo

Gráficos divulgados no período eleitoral tiveram erros básicos e tentativa de exaltar candidatos

Estudantes da rede pública identificaram desinformação em gráficos eleitorais divulgados em sites e redes sociais 


Os gráficos eleitorais publicados em veículos jornalísticos e redes sociais foram alvo de pesquisa feita por estudantes da rede pública estadual do Amazonas nesta eleição. Os erros mais frequentes envolvem desproporção, tentativa de exaltar candidatos e ausência de elementos básicos como legenda, escala e ponto de origem. 


O objetivo dos estudantes foi combater a desinformação que os gráficos errados podem gerar, afetando os votos da audiência dos meios de comunicação. A partir da pesquisa, análise e identificação dos principais erros, os estudantes passaram a ensinar como corrigir os equívocos e produziram um manual, em que explicam o que é um gráfico, o que é necessário ter em cada um, quais são os tipos diferentes e de que forma fazer a leitura correta. 


Estudantes fazem pesquisa para combater desinformação em gráficos eleitorais (Foto: Arquivo pessoal)

O “Minimanual jovem para identificação em gráficos eleitorais” foi feito por três estudantes: Ana Beatriz Araújo, João Gabriel Almeida e Nicolly Maia, com supervisão do professor André de Oliveira, da Escola Estadual Luizinha Nascimento, situada no bairro Praça 14, zona sul de Manaus. 


No manual, os alunos destacam a tentativa de exaltar candidatos por meio de um gráfico. De acordo com a análise, isso ocorre quando as colunas de um gráfico em barras estão desproporcionais, mostrando um candidato muito a frente do outro, embora a porcentagem não mostre uma diferença grande. Os alunos citam campanhas publicitárias divulgadas em grupos no Facebook, mas também mostram erros publicados em veículos de comunicação, todos com recorte local. É possível ler o manual completo AQUI


“Gráficos foram feitos para mostrar dados de uma maneira visual mais simples, porém os gráficos também podem conter falhas. São armadilhas que ocorrem por descuido ou opção de quem projetou um gráfico. No período eleitoral, podem elevar a popularidade de um candidato ou fazer parecer que ele não possui tantas chances”, diz o manual.


Minimanual feito por alunos identifica erros em gráficos eleitorais (Foto: Divulgação)

Nicolly Maia, de 14 anos, explica que a pesquisa com foco nos gráficos foi feita porque eles têm influência na decisão dos eleitores e o resultado pode colaborar para correções futuras nas próximas eleições, com base no que foi analisado nesta.

“Propositalmente ou não, muitos sites divulgaram gráficos errados. Alguns possuíam erros pequenos, como a falta de uma escala comparativa ou mais graves, como as colunas desproporcionais. Os gráficos são utilizados pela população para ter uma base e decidir seu voto, por isso a importância de identificar os erros”, disse.
Estudantes tiveram palestra sobre educação midiática (Foto: Arquivo pessoal)

Desafios e apoios

O professor André de Oliveira, que ensina matemática aos alunos, supervisionou a pesquisa, que teve duração de 4 meses. Ele explica que a maior dificuldade foi ter as ferramentas para o trabalho dos alunos e que eles tiveram independência para desenvolver o manual exercendo seus próprios conhecimentos. 

“Prevendo a possível desinformação que poderia ocorrer através dos gráficos, pensamos em coletar e analisar os erros mais comuns. O principal desafio foi ter o aparato tecnológico, porque apenas um deles possuía computador e os outros apenas celulares, mesmo assim conseguiram dominar muito bem e apresentar o resultado”, disse.

A pesquisa foi feita dentro do PCE (Programa Ciência na Escola), da Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas) e teve apoio da Abaré - Escola de Jornalismo, coletivo jornalístico com atuação em Manaus, que ministrou palestra sobre educação midiática na escola. 

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